Tenho
refletido bastante acerca da trilogia “A marca da Besta”. São tantas
informações novas que passamos por elas com superficialidade. Então compreendo
que não existe contradição entre a crítica ao capitalismo e a transição
planetária. Em um destes livros Ruriz comenta que a entrada ou portal
dimensional para uma região da baixa espiritualidade era situada em um Shopping
Center. Pois bem, já há tempos discutimos o surgimento do Deus do capitalismo:
O Deus Consumo. Seus templos são justamente os shoppings. Os hábitos criados
pelo catolicismo, como a frequência à igreja, faziam da religião as práticas
sociais dos “fiéis”, substituídos pela nova cultura, a de consumir ainda que
desnecessariamente. Então vejo tudo interligado: A negação dos princípios
básicos da harmonia cósmica põe em risco o equilíbrio ambiental, já que a Terra
está exaurida de tanta exploração de seus recursos. Nossos recursos hídricos já
estão seriamente comprometidos. Nosso solo contaminado. O autointitulado
primeiro mundo consome dois terços de tudo o que é produzido, e desperdiça
cerca de 40% de todo o alimento que importa, enquanto regiões da África, Ásia e
América Central enfrentam a fome endêmica, doenças tratáveis com medidas
mínimas, como saneamento básico, vacinas e alimento.
Este
descaso com a natureza compromete seriamente as existências futuras. Lucro,
capital, exploração e destruição não constam da pauta real de preocupações das
grandes fortunas. As atividades mais lucrativas no mundo, armas, fármacos,
tráficos em todos os níveis não deixam que temas como solidariedade,
distribuição de renda, preservação ambiental interfiram em seus planejamentos.
E quaisquer governos que adotem medidas mínimas que resultem em redistribuição
de renda e melhores condições de vida para o imenso contingente de miseráveis
são amplamente denunciados pela mídia como perigo extremo ao estado
democrático. A democracia das grandes potências é uma distorção perversa dos
conceitos que apregoam. Vale para uma classe apenas, a detentora do capital.
Então,
lembrando a trilogia citada acima, quando Ruriz cita os sete daimons confinados por Cristo há dois
mil anos, entendemos a mídia, a indústria farmacêutica que usa populações
miseráveis de cobaias, fabricantes de armas (cada vez mais sofisticadas) que
precisam provocar cada vez mais guerras e conflitos para lucrar. Tudo faz parte
de um mesmo movimento, que é a transição planetária.
A
tecnologia transformou mais a Terra nos últimos cem anos do que em toda sua
história anterior. Só que tudo o que é “inventado” no plano físico foi antes
desenvolvido no plano astral. Dialeticamente, esta mesma tecnologia que liberta
o ser humano e facilita sua vida torna-o seu escravo. Remédios não são mais
feitos para curar, são produzidos para uso continuado. A comunicação via
internet faz a distância desaparecer, enquanto tornam seus usuários cada vez
mais isolados, tornando amizades e amores virtuais e viciantes. A televisão
cria dependência, destrói valores, cria novos hábitos. A inspiração de grande
parte da produção audiovisual vem das sombras, e traz mensagens de degradação,
egoísmo. A indução ao consumo torna o ter
primordialmente superior ao ser. Sexo
vende, violência vende, individualismo vende. A felicidade depende da posse dos
bens e produtos anunciados.
Um
dos daimons descritos por Ruriz é o
responsável pela disseminação, indução e criação de drogas. Drogas tem a mesma
idade do homem. O que mudou, principalmente a partir do século XVII, é a
finalidade de seu uso, sua produção e distribuição, o lucro decorrente da
ilegalidade e a corrupção necessária para que sua circulação seja garantida. O
antigo uso ritual, que facilitava a compreensão de temas ligados à
espiritualidade hoje é raríssimo, e inúmeras vezes deturpado. A letalidade das
drogas cresceu vertiginosamente. Criou-se, com a bênção das trevas uma gigantesca engrenagem que envolve governos,
polícias, ricos e pobres. A engrenagem necessária para sua disseminação é uma
das mais resistentes, indestrutíveis e tentáveis no planeta. Na dimensão
espiritual não e diferente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário