segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Drogas e Espiritualidade

Tenho refletido bastante acerca da trilogia “A marca da Besta”. São tantas informações novas que passamos por elas com superficialidade. Então compreendo que não existe contradição entre a crítica ao capitalismo e a transição planetária. Em um destes livros Ruriz comenta que a entrada ou portal dimensional para uma região da baixa espiritualidade era situada em um Shopping Center. Pois bem, já há tempos discutimos o surgimento do Deus do capitalismo: O Deus Consumo. Seus templos são justamente os shoppings. Os hábitos criados pelo catolicismo, como a frequência à igreja, faziam da religião as práticas sociais dos “fiéis”, substituídos pela nova cultura, a de consumir ainda que desnecessariamente. Então vejo tudo interligado: A negação dos princípios básicos da harmonia cósmica põe em risco o equilíbrio ambiental, já que a Terra está exaurida de tanta exploração de seus recursos. Nossos recursos hídricos já estão seriamente comprometidos. Nosso solo contaminado. O autointitulado primeiro mundo consome dois terços de tudo o que é produzido, e desperdiça cerca de 40% de todo o alimento que importa, enquanto regiões da África, Ásia e América Central enfrentam a fome endêmica, doenças tratáveis com medidas mínimas, como saneamento básico, vacinas e alimento.
Este descaso com a natureza compromete seriamente as existências futuras. Lucro, capital, exploração e destruição não constam da pauta real de preocupações das grandes fortunas. As atividades mais lucrativas no mundo, armas, fármacos, tráficos em todos os níveis não deixam que temas como solidariedade, distribuição de renda, preservação ambiental interfiram em seus planejamentos. E quaisquer governos que adotem medidas mínimas que resultem em redistribuição de renda e melhores condições de vida para o imenso contingente de miseráveis são amplamente denunciados pela mídia como perigo extremo ao estado democrático. A democracia das grandes potências é uma distorção perversa dos conceitos que apregoam. Vale para uma classe apenas, a detentora do capital.
Então, lembrando a trilogia citada acima, quando Ruriz cita os sete daimons confinados por Cristo há dois mil anos, entendemos a mídia, a indústria farmacêutica que usa populações miseráveis de cobaias, fabricantes de armas (cada vez mais sofisticadas) que precisam provocar cada vez mais guerras e conflitos para lucrar. Tudo faz parte de um mesmo movimento, que é a transição planetária.
A tecnologia transformou mais a Terra nos últimos cem anos do que em toda sua história anterior. Só que tudo o que é “inventado” no plano físico foi antes desenvolvido no plano astral. Dialeticamente, esta mesma tecnologia que liberta o ser humano e facilita sua vida torna-o seu escravo. Remédios não são mais feitos para curar, são produzidos para uso continuado. A comunicação via internet faz a distância desaparecer, enquanto tornam seus usuários cada vez mais isolados, tornando amizades e amores virtuais e viciantes. A televisão cria dependência, destrói valores, cria novos hábitos. A inspiração de grande parte da produção audiovisual vem das sombras, e traz mensagens de degradação, egoísmo. A indução ao consumo torna o ter primordialmente superior ao ser. Sexo vende, violência vende, individualismo vende. A felicidade depende da posse dos bens e produtos anunciados.

Um dos daimons descritos por Ruriz é o responsável pela disseminação, indução e criação de drogas. Drogas tem a mesma idade do homem. O que mudou, principalmente a partir do século XVII, é a finalidade de seu uso, sua produção e distribuição, o lucro decorrente da ilegalidade e a corrupção necessária para que sua circulação seja garantida. O antigo uso ritual, que facilitava a compreensão de temas ligados à espiritualidade hoje é raríssimo, e inúmeras vezes deturpado. A letalidade das drogas cresceu vertiginosamente. Criou-se, com a bênção das trevas uma gigantesca engrenagem que envolve governos, polícias, ricos e pobres. A engrenagem necessária para sua disseminação é uma das mais resistentes, indestrutíveis e tentáveis no planeta. Na dimensão espiritual não e diferente.

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