terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Terra, minha Pátria!

Passei o final de ano, como tenho feito nos últimos anos, acampada na beira de uma lagoa, em região ainda preservada. Foram dias de paz e reflexão, de profunda autocrítica, de contemplação de toda a beleza que a natureza nos oferece sem qualquer cobrança.
Uma das questões que, propositalmente, levei para refletir e avaliar, foi minha conduta atual, e quão perto ou longe estaria eu de permanecer em nosso Planeta neste momento de transição.
Dizemos que amamos a Terra. Professamos nossa fé, participamos de atividades em nossos Centros Espíritas. Falamos de amor, bondade, caridade, abnegação e sacrifício.
Rogamos aos Espíritos Superiores, A Deus, ao Cristo, aos Anjos, rezamos as preces aprendidas e repetidas mecanicamente. Rezamos a cada vez que um problema nos aflige, que um mal físico nos incomoda, que uma perda nos entristece. Na verdade, muitas vezes recorremos à espiritualidade para que nossas dificuldades terrenas sejam superadas, como crianças que recorrem aos pais para resolver os problemas com professores ou colegas na escola.
Há tempos tenho tentado me corrigir neste sentido, e fiz um 'acordo" com meu anjo da guarda: Só rezo para agradecer o que já recebi, e para pedir mais fé, mais compreensão, mais serenidade. Como humana que sou, porém, não consigo me furtar a pedir proteção em meu trabalho, já que suas características são especiais (1).
Quantas vezes, na pressa de cumprir nossos horários, deixamos torneiras abertas, luzes acessas, quanta comida desperdiçamos, quanto consumimos sem necessidade, apenas para comprar algo mais "novo', quando o "antigo", de poucos meses, ainda nos serve? Um terço de todo o alimento produzido na Terra vira lixo, enquanto dois quintos da população padece de fome crônica. Produzimos toneladas de lixo, que contaminam terras, rios e mares, e não temos "tempo" para fazer a simples separação do lixo orgânico do reciclável.
Ah, dirão alguns, o que tem isto a ver com transição planetária?
Tudo, respondo eu. Porque nosso planeta, nossa natureza, os animais, as plantas, as terras, as águas, tudo faz parte da criação divina. Aos mais céticos, pode parecer matéria sem importância. Mas que planeta herdaremos? Tenho certeza que estas pequenas mudanças não são apenas atos exteriores. Elas desencadeiam um processo interno de mudança e reconhecimento da necessidade destes pequenos atos para que a transformação íntima, tão necessária nestes momentos decisivos, não nos pegue desprevenidos. Claro que esta é apenas uma quadra do imenso caminho que teremos a trilhar.
Mas sob o sol, usufruindo das águas mansas da lagoa, ou sob a sombra cálida das árvores vizinhas onde estava, tive a plena certeza que, além de muitas outras correções de trajeto que terei a fazer, compartilhar estas impressões e levá-las onde puder, faz parte de minhas tarefas.


Paz e luz!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mensagem Guarani Kaiowá